*Transcrição Lúcio Leonn
*“Certamente existem bons atores em um mundo monossexual. Mas os grandes intérpretes, Olivier, Greta Garbo, Dietrich, Chaplin, em geral têm alguns toques de ambigüidade sexual. Eles abrangem os opostos e assim exercem sobre nós uma força magnética. Como notou Henry James, o teste para o grande ator é fazer o espectador começar a especular, assim que o vê, sobre sua personalidade mais íntima”. Leonn(2009), segundo Michael Billington, crítico teatral, In "Homenagem A Laurence Olivier" - Garry O'connor –(Ed. Globo 1989, pp.71-72.).
Laurence Kerr Olivier nasceu de uma família pobre em 22 de maio de 1907, (às cinco da manhã). Aos nove anos fazia teatro amador – interpretando o Brutus de Júlio César – aos 15, por imposição do pai, Gerald Kerr Olivier, que acreditava na carreira e, também como forma de sobrevivência, encarou a profissão. O pai tinha razão. Olivier iria conciliar as duas coisas a partir dali. Nos 16 faz o papel da irascível Catarina, A Megera Domada, quando seu talento então passa a ser comentado.
Qual o mais importante atributo de um ator de sucesso? 1.Talento. 2.Sorte. 3. Resistência”. Segundo Leonn (2009), segundo Laurence Olivier(1989), In: “Confissões de um Ator”, p.202".].
Há exatamente, 21 anos (em: 11 de julho de 2010), o jornal de minha cidade (Fortaleza-Ce), declarava:
“A tarde de terça-feira 11 (de julho de 1989),estava clara e de resplandescente céu azul. Laurence Olivier dormia. Aquela sinistra figura que já tinha sido tantas vezes enganada pelo ator, viu ali a oportunidade única de vitória. Momentos depois a triste notícia saiu da pequena cidade de Vesseux, no sul do país. Não soaram trombetas quando a morte foi anunciada aos londrinos através do luminoso do Teatro Nacional. A vida dos habitantes da velha Inglaterra não será mais a mesma. Aos 82 anos, Laurence Olivier passava da vida à imortalidade. Em último ato, novamente enganara a morte. Os teatros londrinos apagaram suas luzes em pelo menos uma hora; em Stratfford-On-Avon, sua cidade natal, instintivamente, as bandeiras desceram a meio pau; no rosto do povo, o sentimento de perda, num país inteiro, um ar de melancolia. A presença de Olivier (Larry, para os íntimos) no entanto, ficou registrada, para as gerações futuras,(livros, que escreveu: Confissões de um Ator (autobiografia,1982);Ser Ator(1986); etc.; que escreveram: Homenagem a Olivier(editado por Garry O'Connor,1987.)), nos filmes que fez e nas peças que gravou em vídeo.” (Grifos meus)
"Escrever é uma profissão solitária, não é romântica, é labuta árdua, diária, e quem consegue preencher uma página em branco é um herói". [Laurence Olivier (1907-1989): In Ser Ator, (1986), p.9].
“Para criar uma personagem, eu primeiro imagino um quadro; as maneiras, movimentos, gestos, andar, tudo vem depois. A personagem começa aflorar. Imagem e sons adquirem forma, primeiro no subconsciente; aos poucos, sobem à tona. Mantenho a imagem no coração e depois projeto-a na tela a óleo. Digo a ‘óleo’ , e não ‘aquarela’, porque, para mim, interpretar será sempre a óleo. Assim, comecei a perceber como Otelo deveria ser: muito forte. Deveria ficar em pé como um homem forte, sem cerimônias, costas retas, pescoço reto, à vontade como leão. Estava convencido de que deveria ser também muito gracioso. Tinha certeza de que, quando ele matava no campo de batalha, matava com grande beleza. Negro... Eu tinha de ser negro. Tinha que me sentir negro até a alma. Tinha que observar o mundo a partir da visão de um homem negro. E sem repressão, pois Otelo se sentia superior aos brancos. Se eu esfolasse minha pele, sob ela haveria uma outra camada de pele negra. Eu deveria ser belo. Muito belo. Livrar-me do homem branco foi difícil mas fascinante. Claro, nunca poderia fazer isso completamente, mas houve momentos em que me convenci de haver conseguido. A tela a óleo." (Meu grande ator Laurence Olivier,[nascido em 22.05.1907; a falecer em 11.07.1989]. Sobre a personagem Otelo. Peça de William Shakespeare. In: Ser Ator (1986), p.102.). Imagem, primeira acima (reprodução): Hamlet.
"Não importa o quão bom tenha sido o seu desempenho, sempre haverá alguém com pensamento inteligente achando que foi ruim." Sir Laurence Olivier
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