quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estudos da Personagem Lindinha-"A Mente Capta"-dramaturgia de Mauro Rasi –

"Lindinha é delicada como uma flor rude como uma pedra.”

Meu nome é Lindinha Villa-Lobas. Nasci no Rio. Sou carioca “da gema” e LOIRA. Tenho 25 anos. Sou "gêmeas" com outra(s). Parecidíssima com ela, mas sou tão diferente de caráter. Mas sou toda desligada da vida ao contrário de minha Irmã Mindinha que anota tudo. Sou delicada como uma flor rude como uma pedra. Astuto como um GATO, ágil, esguia; de sentir-se ameaçado quando há contato visual. Sou calma, arisca, charmosa ao mesmo tempo, perspicaz, elegante, ousada e estranha. Sinto-me curiosa como uma CORUJA. Sou figura exótica, vamp, drag e extravagante. Sinto-me andrógena, meio homem-mulher-homem. Embora, pouco charmosa. Tenho momentos recatados e inteligentes. Sou simpática... Ao mesmo tempo tenho expressão séria, dura... Transtornada... E sinto-me também, fora de mim mesmo. Não levo a vida a sério porque a acho curta demais para se preocupar com besteiras; mas não mexa com meu marido, o Amaral; que fico histérica e assassina. Casei há poucos meses. E, sou muito ciumenta. Meus gestos são delicados e, ao mesmo tempo tenho uma pulsão, uma força masculina, dentro de mim, que não consigo explicar. Também, é por isso tenho voz fina e grave. Penso que sou insegura de tudo, sabe!. Mas sou tão engraçada. ME VISTO COMO UMA ETERNA MENINA DO COLEGIAL. ADORO MINISSAIAS. Tenho uma bolsa grande que levo a tiracolo comigo, onde quer que eu vá e estou. É SEGREDO O QUE HÁ NA BOLSA. PORTANTO NÃO ME ABORREÇAM! Eu só vou ao consultório da Dra. Rosa Cruz me consultar para passar o tempo; a falar de meus problemas; não gosto de ficar em casa sem fazer nada... Sou esquizofrênica e paranóica de meu marido, o AMARAL.

É uma personagem: “loira e meio louca”.

Uma das irmãs gêmeas, a Lindinha irmã de Mindinha. São chamadas no texto de irmãs Villa-Lobas. Segundo indicação do texto as irmãs gêmeas são tipos suecas, altas, esguias, vamps.

A Lindinha (vide vídeo) é toda desligada da vida ao contrario da Irmã que anota tudo. “O dia e a hora que lhe fizeram a desfeita e não perdoa.” Elas são parecidíssimas, mas diferentes de caráter. Lindinha não leva a vida a sério porque acha ela curta demais para se preocupar; mas não mexa com seu marido, o Amaral, que ela fica histérica. Ela vai ao consultório da Dra. Rosa Cruz.

A única personagem quem Lindinha se relaciona em cena é, com a própria irmã Mindinha e principalmente, com Doutora ao bater a porta do Consultório. E, ambas entram abruptas e a começar a falar de seus problemas. Os demais personagens as observam. E são quase expulsas pela doutora que não tem tempo para atendê-las. Quando a irmã Lindinha afirma que ambas queriam se consultar para passar o tempo.

Vide vídeo, link: http://www.youtube.com/watch?v=f_db_jEz990&feature=sub *"A Mente Capta”, fragmento da peça de Mauro Rasi. Casa da Comédia Cearense (fundada em 2002) -gravação (sala de figurinos Flávio Phebo), dia 15 de junho durante, o tempo do jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo FIFA (África do Sul) 2010.

Andréa Maciel, câmera.
[câmera JVC Gz-mg 630,60 GB, 40x zoom Dinâmico(Everio G Series-hard disk).]. Lúcio Leonn, intérprete\adaptação texto para cena em monólogo. Personagem a irmã gêmea, Lindinha.
Hiramisa Serra, figurino, caracterização e concepção do original.
Godyan Wesley, Locação e edição de imagem no You Tube.
à Casa da Comédia Cearense (à familia Serra-Haroldo, Hiramisa e Hiroldo Serra), Andréa Maciel, meu sobrinho Godyan Wesley e minhas irmãs Luciene e Lucilene de Azevêdo Lucena, Agradecimentos e apoio.
*Durante a gravação, o intérprete realizou a cena com "barba e bigode", em virtude de sua participação nas filmagens de "Homens com Cheiro de Flor"- longa metragem de Joe Pimentel. Uma ficção de Emanuel Nogueira que investiga a história de matadores de aluguel.

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"A Mente Capta" peça , escrita em 1983 dramaturgia de Mauro Rasi – A personagem Lindinha é do gênero Teatro Besteirol - (Imagens abaixo, de reprodução)

1) Animais
-Gato –Por ser felino (lânguido) astuto e ágil esguio; de sentir-se ameaçado quando há contato visual. Assim é a personagem Lindinha.

-Coruja -Por ser calma, arisca, charmosa ao mesmo tempo, perspicaz, elegante, ousada e estranha e curiosa como a personagem Lindinha.


2) Tipos Sociais
Isabelita dos Patins-Por ser uma figura exótica- a Lindinha é meio vulgar (não quero dizer que Isabelita seja, mas a personagem é o dobro de Isabelita). Ela é vamp, drag e extravagante.

Em oposição, Lindinha é um pouco charmosa, tem momentos recatados e inteligentes, como a apresentadora de tevê, Hebe Camargo. Ainda é loira e eloquente, também é extravagante.


Hebe Camargo>


2) Língua do U-
Improvisei uma fala de minha personagem (individualmente) em uma língua (exercício de voz, da Vogal U). Consiste em pôr à vogal U, entre e antes, de todas as vogais da fala (texto) ao pronunciar. Se encontrarmos, (lógico) a vogal U dobra-se. Exemplo: “Doutora, eu já sou ao contrário...” (Fala normal de Lindinha). Ficaria assim: “Duouutuorua, ueuu juá suouu uauo

Como isso afeta a interpretação?
Além de independentemente, o exercício servir para adquirir fluência verbal, pronúncia e articulação eficiente; o tempo da ação da personagem se reduziu e a fala ficou grave; corre o risco de não ser compreendido, se não for bem articulada.

Quais as características que esse exercício pode trazer à composição?
Pelo uso do biquinho (boca), pode trazer charme à personagem, embora a vogal U peça uma articulação e pronúncia de voz\fala fechada; porque é característica da tal vogal ter um som fechado.

O que você pode descobrir com essa brincadeira?

Posso descobrir a inclusão de pausas à interpretação.É um ótimo recurso para personagens estrangeiros (que pedem um sotaque).

***
Escolhi pelo gênero comédia\besteirol e, para ser montada precisa ser atualizada pelos fatos e telejornais atuais, por programa de tevê anunciado em cena (como: TV Mulher) para o mais atual; Mais Você ou Ana Maria Braga etc.

Sua montagem se torna relevante porque reflete que o ser humano precisa de terapia e nada melhor que o riso ou com a sátira; o enxergar depois o ridículo que somos ao falar de nossos defeitos, traumas etc., por meio da encenação; longe do consultório de verdade.

A trama da peça – (segundo o especialista em comédias, João Batista – quem dirigiu “A Mente Capta [e que foi montada aqui CE, primeiramente, em 1988,1991, depois com outro elenco em 2007 mesmo grupo, tendo sempre a grande atriz Hiramisa Serra como Doutora Rosa Cruz em distintas montagens, pelo grupo Comedia Cearense(fundada em 1957) sob a direção\ambientação e concepção do mestre Haroldo Serra]; se passa nos anos 70, auge da ditadura militar, e critica um modismo surgido na época: freqüentar o consultório de psicanálise. (Grifos meus em negrito)

A peça trata das fraquezas, medos, inseguranças e vulnerabilidades do ser humano. Uma hilariante trama policial acontece dentro de um consultório médico durante uma sessão de terapia em grupo. Oito pacientes tentam solucionar seus problemas psicológicos, superar seus traumas e libertar-se de suas neuroses, angústias e aflições. Quem vai resolver todas as questões e colocar ordem na confusão é a misteriosa Doutora Rosa Cruz, uma anti-psiquiatra um tanto desequilibrada.
Sobre o Autor
(imagem, reprodução)

Mauro Rasi, (1949-2003), nasceu em Bauru, no interior de São Paulo e se tornou num dos mais atuantes autores das teatrais das décadas de 80 e 90, com mais de 20 peças escritas. Mauro — que também era colunista do jornal O GLOBO, foi um dos criadores do gênero de humor "besteirol".

Desde cedo, o dramaturgo sempre se dividiu entre a música e o teatro. Chegou a freqüentar aulas no Conservatório de Paris e a se formar em piano. Mas o teatro falou mais alto. Mauro começou cedo: aos 13 anos, participou de um concurso de teatro com a peça "Duelo do caos morto" , que foi assistida por Antônio Abujamra, que o incentivou a escrever. Mas foi no Rio que fez carreira. Entre suas peças estão "A cerimônia do adeus", "A estrela do lar", "Viagem a Forly", "Ladies na madrugada" , "O baile de máscaras", "O crime do doutor Alvarenga", "Pérola" ,"A dama do cerrado" e "Alta sociedade". Quando de seu falecimento, aos 22 de abril de 2003, sua peça "Batalha de arroz num ringue para dois" estava sendo encenada pelos atores Cláudia Jimenez e Miguel Falabella, no Rio de Janeiro. Na TV, escreveu para programas como "Armação Ilimitada" e "TV Pirata". 1994.

Mauro Rasi morreu aos 54 anos em sua casa no bairro do Leblon. Ele estava mal de saúde nos últimos dias, segundo amigos. Vítima de câncer no pulmão convalescia de uma cirurgia para retirar um tumor da bexiga.

Peças de teatro
1962 - O Duelo do Caos Morto
1965 - Depoimento
1966 - Razões para a Liberdade
1971 - A Massagem
1971 - El Cabaret
1971 - Os Bastardos
1973 - Ladies na Madrugada
1978 - As 1.001 Encarnações de Pompeu Loredo
1978 - Se Minha Empregada Falasse
1980 - A Direita do Presidente
1981 - A Receita do Sucesso
1982 - Doce Deleite
1983 - A Mente Capta1984 - A Família Titanic
1985 - Pedra, a Tragédia
1985 - Tupã, a Vingança
1985 - Batalha de Arroz num Ringue para Dois
1987 - A Cerimônia do Adeus
1988 - A Bofetada
1989 - A Estrêla do Lar
1992 - Baile de Máscaras
1992 - Viagem a Forli
1994 - 5X Comédia
1995 - Pérola
1996 - A Dama do Cerrado
1996 - As Tias do Mauro Rasi
1999 - O Crime do Dr. Alvarenga
2001 - Alta Sociedade
2002 - Aqui se Faz, Aqui se Paga
2003 - Ladies na Madrugada (musical)

Televisão
Armação Ilimitada
TV Pirata
Fantástico (crônicas)

Fontes consultadas

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TEATRO ARENA ALDEOTA. Cenário disponibilizado para as fotos. [Imagens captadas sem flash-fotocelular mega pixels: f=45mm1: 2.6].

Roteiro
*ROTEIRO TEXTUAL - PARA FINS SOMENTE DE COMPREENSÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO - DA TAREFA DA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE TEATRO 3 OU: Breve síntese da transcrição de situação dramática e do jogo do Texto [entre os personagens] EM QUE SE ENCONTRA A MINHA PERSONAGEM de nome: LINDINHA .
“A Mente Capta” (1983) de Mauro Rasi.
Foi dirigida (adaptada e ambientada) em Fortaleza-CE, por Haroldo Serra. Grupo Comédia Cearense(1957) Teatro Arena Aldeota> teve grande sucesso de público e de crítica
 
 
Imagem (acervo pessoal): Hiramisa Serra, 50 anos de teatro em 2008 e, Lúcio Leonn-ambos em espetaculo A mente capta(dra rosa cruz e a caricatura da carmem), 2007. 
 
Na sala de espera, sob o quadro de Rembrandt e retrato de Freud, os analisandos aguardam o início da sessão. A aparência deles é péssima. Parecem doentes, cansados, abatidos. Uns vestem o kimono, outro espirra, outro leva um lenço à boca, tosse. O clima é de absoluta desolação. Entra uma analisanda de macacão dourado, sandálias douradas de salto, peruca loira e óculos escuros, trazendo flores. Os que estão na sala olham espantados para ela.
Ela tira os óculos e diz:
DORA: Oi Tuma já começou
TODOS: .... Dora!!
Todos os demais analisandos vão chegando, se reconhecendo e começam a falar de seus traumas, problemas pessoais e sociais. Por última analisanda, entra a personagem Poly que entra disfarçada de mendiga por causa dos assaltos que ao falar tira os andrajos e está toda chiquérrima por baixo. Depois, todos vão à cena com livros sobre temática esquizofrênica, sem sentido e pede trocas, leitura de títulos etc...
Exemplo: Analisando diz: Quer trocar ”TIMIDEZ” pela “ANTOLOGIA DOS MELHORES CASOS DE MANIA DE PERSEGUIÇÃO”?
Seguem outros diálogos. Fazem exercícios\terapia de grupo - todos em circulo de mãos dadas.


(A PORTA DA SALA DE SESSÃO ABRE-SE MITERIOSAMENTE. ELES SE CALAM. ENTRAM NA SALA, COMO SE FOSSE PARA O MATADOURO. NÃO HÁ NINGUEM. DE REPENTE. A DOUTORA ROSA CRUZ SAI DE TRÁS DA PORTA, FEHANDO-A VIOLENTAMENTE COM O PÉ E DIZ MAL HUMORADÍSSIMA.)
DOUTORA: Vocês melhoraram não foi?
ANALISANDO: - Ai, doutora.... Sempre brincando de nos assustar...
Um analisando vai ao centro da cena para doutora analisar seu sonho enquanto a doutora faz mil coisas. No final, ele sai correndo da cena, desesperado para fora do consultório. Doutora pergunta quem mais sonhou. E todos e alguns dizem: Não... Não! Faz tempo que não sonho. Dora leva flores para Freud (retrato). (...)

DOUTORA ROSA: Quem é que vai hoje pra o tatame? (...)
AMARACY: Sou eu Doutora. (...) É. A primeira vez...
ANALISANDO: Ela tem medo que lhe roubem o namorado. (...)
DOUTORA: O que eu sou obrigada a escutar. (...)
POLY (EM OFF, DESTACANDA POR UMA LUZ MAIS FORTE SOBRE ELA). “... A senhora é bruta, doutora. É bruta!.” [nota de direção]
DOUTORA: (CAPTANDO IMEDIATAMENTE O PENSAMENTO)... Que? Quem pensou isso? (...) Eu já disse que eu capto. Eu capto. Não adianta pensar que eu capto. (...)
DOUTORA: (DESCONFIADA) Tem alguém pensando aqui. Tem alguém pensando aqui... (Tentando localizar) (...)

DORA: “...Vou por uma cortina laranja no canto esquerdo um puff a direita. Não posso esquecer de passar no marceneiro e encomendar um sarrafo de vinte e duas polegadas de diâmetro.”
DOUTORA: (IDENTIFICANDO A AUTORA DO PENSAMENTO)... DORA ! (...)
DOUTORA: Assim você não vai para o tatame, não. Trate de esvaziar todas essas preocupações. (...)

ANALISANDO: (COM A PAPELETA DE ” RELATOR DE CASO”) A analisanda já esta no tatame, doutora. (Referindo-se a Amaracy)
DOUTORA: Então, atenção. A analisanda já conhece as regras do sistema, né, de reconstituição e desmistificação do trauma, né? (...)

AMARACY (CONTADO SEU CASO. EM FLASHBACK.). Dany era tão encantador, tão bonitinho... (SURGE DANY ATRÁS DELA NO TATAME).

AMARACY (CONTINUANDO) – Eu morria de medo que roubassem o Dany... (...)
DOUTORA: (GRITANDO).Eu vou transferir VOCÊ daqui, Amaracy! Perder, perder, perder... (...) Eu volto a dizer que no meu tempo, remédio para isso era ariar panela (...). O próximo!
(SURGE DO NADA, UMA “LOIRA”, COM OS CABELOS TÃO TINGIDOS QUE JÁ SE TORNARAM VERDADEIROS TUFINHOS MORTOS. ENTRA GRITANDO, ENLOUQUECIDA E CORRE PRO TATAME FALAR DE DSEU CASO). (... Sai correndo gritando)
Analisando (entra DESEPERADO): Doutora, eu me sinto com as mãos e os pés atados! (...)
DOUTORA: Quem tiver problemas levante a mão (TODOS LEVANTAM AO MESMO TEMPO AFLITOS). (...)
DOUTORA: por falar em projeção, projeta aí (É PROJETADO UM SLIDE DELA MESMA, DESSES TIPOS DE IDENTIFICAÇÇAO POLICIAL).Olhem bem pra essa pessoa. Gravem bem sua fisionomia. Se encontrarem com ela, fujam! (E SAI APRUPTAMANETE DA SALA. OS ANALISANDOS FICAM PREOCUPADOS COMEÇAM A SENTI MEDO, A ENTRAR EM PÂNICO)
(...) A DOUTORA ENTRA OLHA PARA ELES E TORNA A SAIR.
POLY: Meu Deus, como eu me identifico com ela. Eu me SINTO ela! Olhem pra mim. Eu sou a doutora! (...) E você vai ser expulso do grupo. (...)
OUTRA: Por que a doutora está entrando e saindo? O que significa isso?(...)
DOUTORA: Como vocês sofrem! (...)
ELCIO: Oi, Mãe.

DOUTORA: Eu já disse te disse que não sou sua mãe. (...).
DOUTORA-(OUVE-SE RUMOR DE MULTIDÃO. A DOUTORA CONSULTA O RELÓGIO DO PULSO)... Será que já é a turma das sete? (BATIDAS NA PORTA. GRITOS (...).)
(ENTRAM DUAS GÊMEAS. SÃO DO TIPO SUECAS, ALTAS, ESGUIAS, VAMPS).
GÊMEAS: Boa tarde. Somos as irmãs Villa Lobas!
DOUTORA: E, qual é o probleminha de vocês?
GÊMEAS: Apesar de sermos PARECIDÍSSIMAS, somos profundamente diferentes de caráter.
LINDINHA: Eu não ligo. Ela liga.
MINDINHA: Eu ligo, sim. Ah, eu ligo. Eu não perdôo. Anoto tudo no meu caderninho (...). (Segue em longo texto)

LINDINHA (SORRINDO SIMPÁTICA) Eu já sou o contrário, sabe, doutora? Não me esquento. Hi, sou tão desligada pra essas coisas, que fez, que deixou de fazer... Acho que a vida é tão curta, né, pra gente ficar se preocupado com besteiras. Eu falo pra ela: “Boba, perdoa. Perdoa boba. Pra que ficar anotando?” Mas não adianta. Agora, então, se quer ficar anotando, então anota, né? Que é que eu posso fazer? Eu respeito. Agora só tem uma coisa (VAI FICANDO SÉRIA, SUAS FEIÇÕES VÃO SE MODIFICANDO, TRANFORMANDO). Eu vou logo avisando: Não mexam com o Amaral.

MINDINHA: O Amaral é o marido dela.
LINDINHA: (FICANDO COM A EXPRESSÃO CADA VEZ MAIS DURA) Se querem mexer, mexam comigo. Mas deixem o Amaral em paz. O Amaral é sagrado. (TRANSTORNADA). Não mexam com o Amaral!(FORA DE SI) Não mexam com o Amaral!!(ABRE A BOLSA E TIRA A CABEÇA DECEPADA DE UMA MULHER.)

MINDINHA: (APONTANDO A CABEÇA) Ela mexeu com o Amaral! (TODOS RECUAM, HORRORIZADOS).
DOUTORA (LEVANDO-AS COM HABILIDADE E SANGUE FRIO, ATÉ A PORTA) Vocês vão me desculpar mas eu estou sem horário... Infelizmente não vou pegar vocês.

LINDINHA: (GUARDANDO A CABEÇA NA BOLSA) A gente queria mais para passar o tempo, sabe doutora...
MINDINHA: A gente fica sem fazer nada... (SAEM, A PORTA É IMEDIATAMENTE TRANCADA. A DOUTORA CAI SENTADA).(.......)

>>>>>AQUI ENCAMINHO TEXTO PARA SEU FINAL>>>>>>>>>>>>>>

ANALISANDO: A doutora esta levitando...
DOUTORA: Nosso maior compromisso é com a vida. É com o sucesso, não com a derrota!
ANALISANDA: Eu sabia! Ela não é da Terra! Ela não é deste planeta!
DOUTORA: E lembrem-se: a missão da vida é vivê-la plenamente!
ANALISANDOS: (EMOCIONADOS)... Adeus, doutora!


DOUTORA: E nunca se esqueçam que... Aquele que ri de si mesmo É MUITO MAIS FELIZ!!
(MÚSICA. SURGEM OS TRÊS DOUTORES: JEFFERS, KANPLAN E LAMBISOMEN PENDURADOS NAS CORTINAS, COMO OS TRÊS IRMÃOS MAX, ENQUANTO A DOUTORA VAI SUBINDO, NO ALTO TODA ILUMINADA)
DOUTORA: PAZ!!

F i m.

***
Descrevivendo minha cena - Adaptação texto para vídeo abaixo e para a cena\ em monólogo(imagem,) por Lúcio Leonn -difere em vídeo pela circunstâncias de espaço e situação dramática em tela. O término da cena é antes do texto especificado e da autoria de Rasi, ou seja, em: "Ela mexeu com Amaral!", tornou-se o final.

A personagem Lindinha à porta (imaginária) da Sala de Sessão da Doutora Rosa Cruz, parada e estática com bolsa a tiracolo lado direito,enquanto, braço esquerdo e mão em cintura. Em seguida, bate palmas. Entra abruptamente em cena\consultório. Seu objetivo inicial é ter atenção; ser ouvida. Ela no início demonstra calma e certa passividade (é sua polaridade de personagem na cena: a calma e beirando ao histerismo E CALMA, no final).

E vai logo a se apresentar sem cerimônias; com gesticulação de braços, à Doutora Rosa:

“Boa tarde. Sou das irmãs Villa Lobas! Sou "gêmeas"

E, revela um de seus probleminhas:

“Apesar de sermos parecidíssimas, sou profundamente diferente de caráter. Eu não ligo. A minha irmã liga. Anota o dia e a hora que lhe fizeram a desfeita”.

Ao mesmo instante, a personagem Lindinha invade o Consultório; calmamente e ao procurar um lugar inusitado para sentar, deixa sua bolsa no chão\cadeira, diz:

“Eu já sou o contrário, sabe, doutora? Não me esquento”.

[Sorrindo e toda simpática. Observa os dedos das mãos e pernas cruzadas em posição de Miss e biquinho nos lábios. Começa a ficar de pé, a falar de si mesma.]. Lindinha, em seguida levanta-se e fala:

“Hi, sou tão desligada pra essas coisas, que fez que deixou de fazer...” (Dá um rodopio de circular à saia).

E, começa a falar, ainda de pé:

“Acho que a vida é tão curta, né, pra gente ficar se preocupado com besteiras. Eu falo pra ela”;
Ao reviver a cena, com voz fina:

“Boba, perdoa. Perdoa boba. Pra que ficar anotando?” Mas não adianta. Agora, então, se quer ficar anotando, então anota né? Que é que eu posso fazer? Eu respeito.”
Com voz grossa e encarando a platéia, [neste momento], Lindinha se revela ignorantemente, mais ainda:

“Agora só tem uma coisa;”

Lindinha VAI FICANDO SÉRIA, SUAS FEIÇÕES VÃO SE MODIFICANDO, TRANFORMANDO-SE, DIZ, dedo direito da mão em riste:

“Eu vou logo avisando: Não mexam com o Amaral. O Amaral é o meu marido.”

Lindinha vai FICANDO COM A EXPRESSÃO CADA VEZ MAIS DURA, rebate raivosamente, O QUE DISSE:
“Se querem mexer, mexam comigo”.

Lindinha bate nos peitos, se repreende:
“Mas deixem o Amaral em paz. O Amaral é sagrado.”

TRANSTORNADA, LINDINHA GRITA COM MÃOS PARALELAS FRENTE AOS PEITOS E CABEÇA EM 90º, DIZ:

“Não mexam com o Amaral!
Mais uma vez, FORA DE SI, repete:

“Não mexam com o Amaral!!

LINDINHA VAI ATE A BOLSA E A ABRE. TIRA A CABEÇA DECEPADA DE UMA MULHER. DIZ A FALA SEGUINTE, APONTANDO A CABEÇA E EXIBINDO-SE:

“Ela mexeu com o Amaral!”.

TODOS RECUAM, HORRORIZADOS. NESTE ÍNTERIM A DOUTORA ROSA CRUZ interfere na situação. E, LINDINHA GUARDA A CABEÇA NA BOLSA e, fala, calmamente:

“A gente queria mais para passar o tempo, sabe doutora... A gente fica sem fazer nada...” (ENCARANDO DOUTORA CRUZ).

E, SAI dando as costas, exibindo-se. A PORTA DO CONSULTÓRIO (imaginária) É IMEDIATAMENTE TRANCADA. A DOUTORA CAI SENTADA.
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